Este fim de semana, no domingo dia 12 de dezembro, Dublin recebe mais uma edição dos Campeonatos Europeus de Corta-Mato. Dois anos depois de Lisboa 2019, com um ano de paragem devido à pandemia, os meio-fundistas europeus voltam a defrontar-se numa competição feita à sua medida.
Iniciados em 1994, em Alnwick, Inglaterra, estes campeonatos têm a sua génese na necessidade de uma competição continental que complementasse esta variante do atletismo que, até ao momento, só tinha como expressão máxima os Campeonatos Mundiais.
Com enorme interesse desde a primeira hora, a competição apenas se destinava a atletas seniores, masculinos e femininos. Nessa edição inaugural, Portugal venceu coletivamente a prova masculina, com Paulo Guerra a ser o expoente máximo obtendo aí o primeiro título europeu dos quatro conseguidos ao longo da carreira. Em femininos, Portugal também subiu ao pódio (terceiro lugar) com Fernanda Ribeiro a ser a melhor das nossas representantes no sexto lugar, registando-se o triunfo da irlandesa Catherine Mckiernnan e da Roménia, coletivamente.
As três primeiras edições foram destinadas apenas a atletas seniores e em 1997, em Oeiras, a primeira vez que Portugal organizou a competição (fê-lo ainda em 2010, no Algarve, e em 2019, em Lisboa), foram introduzidas as provas para juniores (agora sub-20). Na pista de cross do Jamor, num espaço reabilitado, Portugal triunfou coletivamente em masculinos, com Alfredo Brás a ser o melhor português, em quinto lugar, enquanto em femininos chegou ao quarto lugar coletivo, sendo Helena Sampaio (sexta) a melhor portuguesa. Nessa edição inaugural para os juniores brilho de Portugal com o segundo lugar coletivo da formação masculina e pela medalha de prata individual de Mónica Rosa em femininos.
O escalão sub-23 só se iniciou em 2006, em Itália, San Gioorgio su Legnano, e a versão final que agora conhecemos, com a estafeta mista, teve o seu início em 2017 em Samorim, na Eslováquia, ano em que registou o maior número de participantes (529) em todas as provas. Lisboa 2019 teve a participação de 511 atletas em representação de 40 países (recorde de presenças nacionais).
Nas 26 edições já realizadas, a Grã-Bretanha e Irlanda do Norte soma um total de 160 medalhas, 66 das quais de ouro, seguida da França com 90 medalhas (31 de ouro), da Turquia com 46 (22), da Espanha com 74 (21), surgindo Portugal na quinta posição com 58 medalhas, sendo 19 de ouro.
Individualmente, o atleta mais medalhado é Serhiy Lebid, da Ucrânia, com 12 medalhas (9 das quais de ouro), logo seguido do português Paulo Guerra com 5 medalhas (4 das quais de ouro) e de outros dois atletas, Hassan Chehdi, da França, e Yemaneberhan Crippa, de Itália, ambos com 5 medalhas (nenhuma de ouro, mas o francês ganhou uma vez em sub-23 e o italiano duas vezes em sub-20). Nota para o norueguês Jakob Ingebrigtsen que já leva quatro medalhas de ouro em sub-20 (e este ano tentará já vencer em seniores, “pulando” os sub-23).
Em femininos, a açambarcadora de medalhas é a norueguesa Karoline Groovdall que já soma sete em oito participações: em sub-20 foi prata e ouro, em 2006 e 2009, reaparecendo como sénior em 2015, para ser terceira classificada em quatro edições consecutivas, até que em Lisboa 2019 se sagrou vice-campeã (e está inscrita para a edição deste ano em Dublin). Com cinco medalhas há ainda duas atletas: as sérvias Olivera Jevtic (quatro medalhas de bronze! E uma de prata) e Amela Terzic (uma de ouro). Com quatro medalhas há seis atletas, entre as quais Dulce Félix (2 de prata 2 de bronze), e a turca Yasemin Can, campeã nas últimas quatro edições (e que participará em Dublin).
Com o maior número de participações em campeonatos europeus está o ucraniano Serhiy Lebid, com 19 presenças ininterruptas entre 1994 e 2012 (em 7 delas não conseguiu a medalha), logo seguido do italiano Gabriele de Nard com 17 (nenhuma medalha) e o neerlandês Michael Butter. Nesta lista surgem os portugueses Paulo Guerra e José Ramos, ambos com 10 presenças. Em femininos, a irlandesa Fionualla McCCormack já soma 16 presenças (a primeira foi em 2001, como júnior), tendo sido uma vez vice-campeã sub-23 e duas vezes campeã da Europa absoluta (e vai para a sua 17ª participação, uma semana depois de ter batido o recorde pessoal na maratona com 2h23m58s, em Valência – tinha 2h26m47s desde 2019). Segue-se a portuguesa Inês Monteiro que soma 15 presenças (medalha de prata sub-20 em 98 e medalha de ouro sub-20 em 99, medalha de bronze sénior em 2008). Segue-se um grupo com 13 presenças: Olivera Jevtic (Sérvia), Anja Smolders (Bélgica), Sonja Stolic (Sérvia) e Hayley Yelling-Highan (Grã-Bretanha). Com 12 presenças existem sete atletas entre as quais as portuguesas Jessica Augusto, Ana Dias, Anália rosa e Salomé Rocha.
Em termos históricos, Portugal já obteve 58 medalhas, sendo 19 de ouro. À “cabeça” temos Paulo Guerra com um total de 12 medalhas, quatro medalhas de ouro e uma de prata, individuais, e sete coletivas (duas de ouro), seguindo-se-lhe Jessica Augusto e Inês Monteiro, ambas com dez (três individuais e sete coletivas) e Dulce Félix com nove medalhas (quatro individuais, cinco coletivas). Eduardo Henriques, com sete medalhas (duas individuais) fecha o “top 5”.
Principais links:
Página da European Athletics:
https://european-athletics.com/competitions/spar-european-cross-country-championships
Página oficial:
https://fingal-dublin2021.ie/
Histórico de Portugal: