Atletismo português volta destacar-se nos Jogos

Notícias TÓQUIO 2020

10 Ago, 2021
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Foi muito positiva a prestação do atletismo português nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Duas medalhas, três lugares de finalista e dois de semifinalista superaram as previsões efetuadas após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016; e ainda a obtenção de dois recordes de Portugal e cinco melhores marcas do ano.

Um título, Pedro Pichardo, no triplo-salto), outra de prata (Patrícia Mamona, triplo-salto), um quarto lugar (Auriol Dongmo, no lançamento do peso) e dois quintos lugares (Liliana Cá, no lançamento do disco; e João Vieira, 50 km marcha), são efetivamente os lugares mais proeminentes e aqueles que servem para as classificações oficiosas dos países, quer na tabela de medalhas, quer na tabela de pontos (8 pontos para o primeiro, sete para o segundo, e assim até ao oitavo).

Paradoxalmente, esses registos dão a Portugal a melhor pontuação de sempre (28 pontos), superando o máximo anterior, 24 pontos, em Los Angeles 1984, mas a sua segunda melhor classificação de sempre (17º lugar em pontos), apenas superada pela classificação de Los Angeles.

Este é um resultado que demonstra a subida de qualidade dos nossos melhores atletas, como já estava demonstrado nas previsões da competição e na formação da seleção portuguesa, que integrou 9 recordistas nacionais.
Dois desses recordistas melhoraram as suas próprias marcas, precisamente os dois medalhados. Pedro Pichardo melhorou em três centímetros o seu recorde de Portugal, passando-o de 17,95 para 17,98 metros, ali à “beirinha” de um marco especial; Patrícia Mamona passou mesmo esse marco, ao bater duas vez o recorde de Portugal, primeiro com 14,01 metros, depois com 15,01 metros (uma melhoria de 35 centímetros!), num concurso exemplar tendo igualado uma vez o anterior máximo (14,66) e saltando uma vez mais (14,97 m) além da marca levada para Tóquio. Ambos os medalhados obtiveram marca de qualificação internacional para os Campeonatos Mundiais de Eugene (Oregon, Estados Unidos) no próximo ano.

Entre os “finalistas”, Auriol Dongmo, quarta no peso, fez a sua terceira melhor marca de sempre (19,57 metros), com marca de qualificação internacional para Eugene 2022. O mesmo (marca de qualificação internacional para Eugene 2022) sucede com Liliana Cá, quinta classificada no lançamento do disco, com a marca de 63,93 metros, ambas a conquistarem as melhores classificações de sempre do atletismo português nas suas disciplinas. O outro finalista, João Vieira, quinto classificado na final da prova de 50 km marcha, provavelmente na última vez que se disputou no programa olímpico, cortou a meta em 3h51m28s, estabelecendo a melhor marca portuguesa da temporada, ficou a mais de um minuto da qualificação internacional para os Mundiais de Eugene que não terão a prova de 50 km, substituída por uma prova mista de 35 km.

Nenhum dos semifinalistas fez melhor marca do que trazia para Tóquio 2020 e também não conseguiram qualificação para Eugene 2022. Tiago Pereira, 16º no triplo-salto, ficou na primeira metade dos participantes na disciplina, com a marca de 16,71 metros; enquanto Francisco Belo, também 16º, mas no peso, está mesmo nesse limite da primeira ou da segunda metade. Lançou o peso a 20,58 metros.

Três atletas tiveram prestação muito honrosa: Lorene Bazolo conseguiu chegar às meias finais dos 200 metros (terminou em 22º lugar entre 42 atletas), mas não conseguiu fazer o mesmo nos 100 metros, onde até tem marca de qualificação internacional para os Mundiais de Eugene; Cátia Azevedo conseguiu também chegar às meias finais dos 400 metros (17ª classificada entre 46 participantes), fez a sua segunda melhor marca de sempre e também já tem marca internacional para Eugene 2022; e Marta Pen, que chegou às meias finais dos 1 500 metros (apesar de ter sido após protesto), onde fez a melhor marca nacional do ano (4.04,15 minuto), obtendo também a marca de qualificação internacional para Eugene 2022.

Com melhores marcas do ano regressam ainda Ricardo dos Santos, cujos 46,83 segundos não deram para passar da primeira ronda, Evelise Veiga, no triplo, com 13,93 metros; e Ana Cabecinha, nos 20 km marcha.

Foram os pontos mais positivos da prestação portuguesa, que resumimos no quadro abaixo.

Fotos: Tiago Petinga / Lusa / COP e Francisco Paraíso / COP

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